sexta-feira, 25 de março de 2011

Sarau LiterCaldas


Renato Manfredini Junior gostava de fantasiar que fazia parte de uma banda de rock imaginária chamada 47th Street Band, na pele do fictício Eric Russel. De quebra, quis homenagear o iluminista suíço Jean-Jacques Rousseau, o filósofo inglês Bertrand Russel e o pintor francês Henri Rousseau. Tornou-se Renato Russo. Despontou para o sucesso em Brasília. Professor de inglês, criou em 1978 o Aborto Elétrico, grupo influenciado pelo punk rock inglês. Em 1982, saiu do Aborto e montou a Legião Urbana. O resto é história, sedimentada em uma carreira de sucesso, com letras de músicas que atraíam e atraem até hoje uma multidão de fãs. Seus discos solos, entretanto, não apresentaram composições próprias, mas standards americanos e italianos, em que confirmava sua voz possante (muito comparada à de Jerry Adriani). A aposta em um repertório alheio foi uma tentativa de não misturar sua carreira solo com a da Legião. Em 1994, o título de seu primeiro disco solo — The Stonewal Celebration Concert — foi uma homenagem ao ativismo gay americano, que comemorava 25 anos. Além disso, o trabalho teve 50% da vendagem revertida para os projetos sociais da Ação da Cidadania contra a Miséria e a Fome. O repertório do disco era composto de música popular americana acompanhada por violão e piano, cantada por Renato em um inglês perfeito, aprendido dos sete aos dez anos, quando morou com os pais em Nova York. O disco vendeu 250 mil cópias. No ano seguinte, foi a vez da língua italiana, em Equilíbrio Distante, homenagem às raízes de sua família. Em 1997, o CD atingiu um milhão de cópias vendidas. O disco foi considerado brega, mas popularizou Renato para além do reduto rock e abriu espaço para a redescoberta da música italiana no Brasil. Um ano depois de sua morte foi lançado o póstumo O Último Solo, com sobras das gravações de Stonewall e Equilíbrio. São oito músicas, quatro de cada disco, produzidas pelo mesmo Carlos Trilha dos trabalhos solos, com o acréscimo de orquestra gravada no estúdio Abbey Road, em Londres. E uma faixa interativa com o clipe de Strani Amore e trechos em áudio de uma entrevista do cantor. Renato morreu vítima de broncopneumonia, septicemia e infecção urinária, decorrentes da Aids, depois de seis anos como portador do vírus HIV. Depois de sua morte, não faltaram homenagens de fãs e artistas: discos, livros, clones, shows. Como todo roqueiro que morre cedo, Renato Russo virou mito.


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Sarau LiterCaldas


"Disciplina é liberdade."
- Na canção "Há tempos".
"Se o
mundo é mesmo
Parecido com o que vejo
Prefiro acreditar
No
mundo do meu jeito"
- Na canção "Eu era um lobisomem juvenil".
"O
céu já foi azul, mas agora é cinza
O que era verde aqui já não existe mais"
- Na canção "Fábrica".
"Estão todos satisfeitos com o
sucesso do desastre: vai passar na televisão."
- Na canção "Metrópole".
"
Pecado é provocar desejo e depois renunciar."
- Na canção "Soul Parsifal".
"Não estatize meus sentimentos. Para o seu
governo, o meu estado é independente."
- Na canção "Baader-Meinhof-Blues".
"Nas favelas, no senado, sujeira pra todo lado! Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da nação."
- Na famosa canção "Que País É Este?".
"Desde pequenos nós comemos lixo, comercial e industrial."
- Na canção "Geração Coca-Cola".
"Vocês vão ver suas crianças derrubando o rei e fazendo comédia no cinema com as suas leis."
- Na canção "Geração Coca-Cola".
"Quem me dera ao menos uma vez entender como um só
Deus ao mesmo tempo é três, e esse mesmo Deus foi morto por vocês"
- Na canção "Índios".
"Agora, as pessoas acham que eu tenho a resposta, eu não sei qual é a pergunta."
- Antes de tocar a música "O Teatro dos Vampiros"
"Às vezes as coisas estão tão ruins que a única vontade que a gente tem é de SUMIR. Mas sempre existe um lugar onde a gente pode recomeçar. E essa música é sobre isso."
- Antes de tocar a música "Pais e Filhos"
"Nenhuma
guerra pode ser santa."
- Renato Russo, antes de tocar a música "Fábrica"; álbum As Quatro Estações ao Vivo (2004)
"É preciso amar as pessoas como se não houvesse o
amanhã, porque se a gente parar pra pensar, a verdade não há..."
- Na canção 'Pais E Filhos' do álbum 'As Quatro Estações' de 1989


Legião Urbana





Renato Manfredini Júnior ou Renato Russo, como era mais conhecido, não foi apenas mais um músico que passou pela música popular brasileira. Sobrevivente da explosão de músicos dos anos 80, foi e ainda é símbolo para os adolescentes. Isso porque traduzia nos seus versos as emoções dessa época tão inquieta.


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Legião Urbana - Renato Russo


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Acesse: Memorial Renato Russo


Legião Urbana - breve histórico


O grupo Legião Urbana foi formado em Brasília em 1983 e sua última formação era: Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Russo A Legião Urbana surgiu após a separação do grupo punk Aborto Elétrico formado por Renato Russo em 1978. Do Aborto, fizeram parte Fê Lemos (Capital Inicial), André Pretórius (Plebe Rude), Ico Ouro Preto e Flávio Lemos (Capital Inicial).
A primeira formação da Legião era: Renato Russo (baixo, vocais), Marcelo Bonfá (bateria), Eduardo Paraná (guitarra) e Paulo Paulista (teclados). Em meados de 1983, saíram Eduardo Paraná e Paulo Paulista. Ico Ouro Preto assumiu a guitarra por um certo tempo e foi substituído por Dado Villa-Lobos (Abril de 83). A Legião tornou-se conhecida quando começou a tocar fora de Brasília participando de shows como os do Circo Voador no Rio de Janeiro. Suas primeiras canções eram, em sua grande parte, herdadas do Aborto, tais como: Que País é Este (que virtualmente abria todas as apresentações do grupo), Conexão Amazônica, Geração Coca-Cola, Ainda é Cedo, Química, etc.
Em 1984, entra Renato Rocha no baixo e o grupo, apadrinhado pelos também brasilienses Paralamas do Sucesso, assina com a gravadora EMI ODEON. Sai o primeiro LP Legião Urbana. Desde então, a banda começou a emplacar sucessos como Será, Ainda É Cedo, Geração Coca-Cola e Soldados.
Em 1985 começavam os esboços do álbum "DOIS" que era para se chamar "Mitologia e Intuição" e ser um álbum duplo. Mas a gravadora EMI-ODEON não quis e saiu um simples mesmo. A Legião nesse tempo já tinha seu espaço reservado no Rock Nacional. Seus shows eram famosos pela postura considerada messiânica de Renato e por um comportamento totalmente anti-pop. Não abriam shows para ninguém e não permitiam baderna de espécie alguma durante os seus shows.
Após o álbum "DOIS", a Legião quase terminou. Passada a fase mais difícil, iniciaram a gravação do álbum Que País É Este ("Mais Do Mesmo" era o título provisório) utilizando o material que era para ter entrado no que seria o Mitologia e Intuição. Esse álbum rendeu a eles a consolidação da banda no Rock Nacional mas também trouxe a banda complicações como o tumulto no show em Brasília em junho de 1988.

Em 1988, no final da turnê do terceiro LP Que País é Este, sai Renato Rocha. Russo e Dado revezam-se no baixo na gravação do LP "As Quatro Estações". Este álbum iniciou uma nova fase para a banda. Deixada de lado a fúria do disco anterior, este álbum era mais ligado à assuntos espirituais e sentimentais, falando de temas como a Aids (Feedback Song for a Dying Friend) e Homossexualismo (Meninos e Meninas) mas sem deixar a crítica de lado como em 1965 (Duas Tribos). Segundo Renato, este álbum é fundamentalmente sobre sexo.

Foi o álbum mais vendido depois do "DOIS". O fato surpreendeu o grupo já que nenhuma das músicas tinha qualquer característica pop.
Em 1991 sai o álbum "V" com uma temática mais pessimista e temas como drogas (A Montanha Mágica) e a situação difícil das pessoas no Brasil (O Teatro dos Vampiros). Destaque nesse álbum para a música "Metal Contra As Nuvens". A turnê desse álbum foi interrompida em setembro de 1992 por complicações de saúde de Russo. Após um show nessa mesma época, Dado achou que jamais subiria novamente num palco ao lado do Renato e do Bonfá.
Em 1992, o grupo lança o Música Para Acampamentos. Uma coletânea do trabalho ao vivo deles em shows e especiais de rádio e TV.
Em dezembro de 1993, é lançado o álbum O Descobrimento do Brasil. Com esse álbum, eles buscavam mais a esperança, embora todas as músicas falassem sobre despedida. As letras mostram um Renato "refeito" pois, nessa época, ele já tinha iniciado seu tratamento contra a dependência química.
Em 21 de setembro de 1996, sai o último álbum da banda "A Tempestade (Ou O Livro Dos Dias)".
Após 3 anos sem gravar, o álbum era mais do que esperado. A música de trabalho "A Via Láctea", veiculada nas rádios à partir de 29 de agosto, traçava uma idéia de como seria o álbum.
No início de 1996, Renato Russo adoece e entra em crise depressiva profunda. Os trabalhos de gravação do disco foram interrompidas várias vezes e duraram cerca de 6 meses.
Neste trabalho, não aparecem agradecimentos, nem a frase em latim presente em quase todos os álbuns "URBANA LEGIO OMNIA VINCIT" (Legião Urbana vence todas as coisas). Renato recusou se a tirar fotos para este álbum e fez dele uma carta de despedida aos fãs. Após as gravações, em junho de 96, Renato se isola em seu apartamento muito abalado fisicamente por causa de uma forte pneumonia. Renato era soropositivo desde 1989. Em 11 de outubro de 1996, a AIDS leva mais um grande poeta dos anos 80. Renato vem a falecer em decorrência desta doença.
O fim da Legião Urbana é então anunciado dia 22 de outubro pelos parceiros Dado e Marcelo acompanhados do empresário da banda, Rafael Borges.
Finalmente, em 18 de julho de 1997, sai o álbum "Uma Outra Estação".
Este album contem as cancoes remanecentes do trabalho anterior. O projeto original sugerido pelo Renato era de que o "A Tempestade" fosse um album duplo. As circunstancias inviabilizaram o projeto dando origem a um album simples. .
O material para este álbum não estava totalmente finalizado. Dado, Bonfá, Carlos Trilha (tecladista) e Tom Capone (guitarra) concluiram os trabalhos dando origem a este álbum com todas as canções ainda com os vocais de Renato. Em março de 1998, a EMI lança "Mais Do Mesmo". Uma coletànea dos grandes sucessos da Legião
Nestes 13 anos de gravadora, a Legião reuniu muito material inédito. Rafael Borges arrisca um palpite para 1999,o lançamento do álbum com o Acústico da MTV.
Fonte: http://www.dirbrasil.com/legiao

Legião Urbana - Tempo Perdido



Composição: Renato Russo



Todos os dias quando acordo

Não tenho mais

O tempo que passou

Mas tenho muito tempo

Temos todo o tempo do mundo...
Todos os dias

Antes de dormir

Lembro e esqueço

Como foi o dia

Sempre em frente

Não temos tempo a perder...
Nosso suor sagrado

É bem mais belo

Que esse sangue amargo

E tão sério

E Selvagem! Selvagem!Selvagem!...
Veja o sol

Dessa manhã tão cinza

A tempestade que chega

É da cor dos teus olhos Castanhos...
Então me abraça forte

E diz mais uma vez

Que já estamos

Distantes de tudo

Temos nosso próprio tempo

Temos nosso próprio tempo

Temos nosso próprio tempo...
Não tenho medo do escuro

Mas deixe as luzes

Acesas agora

O que foi escondido

É o que se escondeu

E o que foi prometido

Ninguém prometeu

Nem foi tempo perdido

Somos tão jovens...
Tão Jovens!

Tão Jovens!...

Legião Urbana - Tempo não tão perdido assim


- SARAU LITERCALDAS 4 apresenta:


TEMPO não tão PERDIDO assim - Legião Urbana


A riqueza das canções compostas por Renato Russo para o grupo Legião Urbana abre caminho para interpretações atemporais. Neste interím, o desenho do espetáculo do Sarau deste ano foge inteiramente das propostas dos anos anteriores. A palavra inovação, elemento constituinte do Projeto, transfigura-se como protagonista na dimensão e na força das personagens. Assim, cruzam-se no palco personagens como João de Santo Cristo, Eduardo e Mônica, Maria Lúcia, além de sentimentos universais como amor, compaixão, perda, ressentimento. Desta forma, é mais do que puramente contar as suas músicas, é mais do que simplesmente falar de Renato Russo. É falar do texto, da entrelinha, da interpretação.